Fico eu pensando...


Fico eu pensando... Todo mundo sabe que acertar um cara em uma janela não é difícil, ainda mais em um conjunto habitacional com vários prédios em volta.

Eu fui atirador, mas só disputava em stands e pistas. Minha modalidade era o IPSC, ou Tiro Prático, como é chamada no Brasil. Só disputei umas 10, 15 vezes, porque acabei optando pela faculdade, pelo desenho industrial. Antes, porém, fiz uma clínica de atirador de elite, aprendendo o manejo das armas, assistindo uma palestra com o Comandante Conte, da ROTA, de SP e vendo muitos e muitos vídeos de snipers americanos e europeus em ação. Tive também a oportunidade de dar 05 tiros de precisão. Acertei 4 deles e um, quase no escuro, errei por uns 3 cm. E era a primeira vez que atirava deitado no chão com alguma coisa que não fosse uma espingarda de chumbinho.

Atirei numa caixa de fósforos a 150m de distância e acertei. Isso significa que seria completamente capaz de, com todo orgulho, estourara a cabeça "do garoto Lindemberg, de 22 anos, que padecia do mal do amor".

AMOR não é um mal e sim um bem. Não existe mal de amor, e sim dor de corno. Levou chifre? Foda-se. Arrume outra.

Eu mesmo andei levando chifre da minha ex, Sandra, que largou o marido para ficar comigo e esteve, durante um ano, com os dois. Mas aí eu tenho que rir. Levar chifre do ex-marido é para rir mesmo. Até porque a cada um que ela me botava, eu a presenteava com uns dois ou três, até chegar à conclusão de que devia me relacionar com uma mulher direita. Mas o assunto em questão aqui é tiro. E em que momento dar esse tiro.

Nos meus bons tempos, entrei no stand e lá estavam 2 campeões mundiais, um instrutor fodão e uma garrafa de whisky Bala 12. Entrei, com a marra que tinha aos 19 anos. Calça camuflada, cinto do exército, coldre e meu 38 carinhosamente apelidado de "Cosme". O fodão disse:

"_Tem uma bala em pé em cima daquele alvo. 25m. Vale uma Bala 12. Vai nessa?"

Olhei e vi a bala. Saquei e atirei. Tiro rápido. Tenho a bala destruída aqui de recordação.

Foi cagada? Sei lá. Prefiro acreditar que eu nasci com o dom de puxar o gatilho, apesar de não fazer isso há 15 anos.

O fato é que jamais tentei novamente. Porque se errar, vou ser obrigado a treinar à exaustão. Não posso ser vencido por uma dúvida.

Sei lá...

Acho que alguém tinha que ter atirado no Lindemberg. Não existe inocente com arma na mão. Não existe criança de 22 anos. Tanto que ele atirou em duas meninas. Uma delas estava com medo, com a cabeça coberta por um edredom.

O que esse cara merece?

O primo, ou suposto primo, é psicopata também. Vejam a comunidade...

É foda! Pelo jeito é coisa de família.

Comentários

Juliana disse…
Esse cara era um pisicopata social com uma arma na mão, esse tipo de gente vive como sendo "normal" até um dia fazer uma loucura dessas.
Depois que eu vi o documentário daquele onibus 174, que o policial falou que uma autoridade do estado do Rio não permitiu atirar no cara porque a imprenssa estava presente. Preferiram atirar quando ele estava se entregando, mataram a professora, e depois ele já no camburão. Vai entender.