Não existe limite para alguém ser filho da puta!


Há uns 15 anos atrás, eu pensaria:

"_Que tipo de ser humano esfaqueia uma cadelinha prenha?"

Hoje, não tenho a menor dúvida de que existem canalhas covardes em todas as classes sociais. Existem velhinhas que colocam veneno em sardinhas e levam para os gatinhos habitantes das ruas. Existem porteiros bonzinhos, que ajudam estas velhinhas a subir e descer os degraus das portarias dos prédios e que, à tardinha, pisoteiam e esmagam filhotes de pombos que nascem nos beirais e nos telhados... Existem donas de casa que mantém seus poodles, wests, yorkshires, perfumados e de roupinhas engomadas, mas que mandam jogar fora ou afogar os gatinhos que porventura nascem em seus quintais. Existem pessoas que compram um pintinho para seus filhos, sabendo que seu destino será a morte. E compram outro, e mais outro, porque custam 1 real. Existem mulheres que acham fofinho aquele filhote atrás do vidro na grande pet shop do shopping e o levam para casa, para fazer companhia a seus filhos. Dias depois, descobrem que o animalzinho tem medo de dormir sozinho, faz xixi e cocô a toda hora e rói os tapetes. Mandam-nos embora, sem quererem saber se ficarão bem, se estarão tristes, ou mesmo se terão comida em seus pratinhos coloridos...

E aquele amigo do seu irmão? O cara é engraçado, conta piada, é "um cara legal". Um dia você descobre que ele pegou o viralatinha da mãe doente e o soltou bem longe de casa... e aí, comentando sobre o caso, descobre que o tio da ex-namorada afoga gatinhos recém-nascidos no tanque, que o seu próprio tio já esfaqueou o cachorro de sua mãe, quando ela era criança, e só contaram isso para ele 60 anos depois... ou que a apresentadora de TV que finge gostar de crianças entrega seus cães idosos para as empregadas, porque dão trabalho.

Tudo isso pode passar despercebido, ou simplesmente PASSAR, se você for uma pessoa comum, dessas que anda, trabalha, trepa, faz cocô e xixi e só olha para o próprio umbigo. Dessas que pensa que se a velha filha da puta envenena os gatos, é problema dela, ou "o que tem de mais se o porteiro mata os pombos?".

É deste tipo de gente que quero distância.

As pessoas que quero perto de mim são as capazes de sofrer, de chorar de alegria ao ver um animal ser adotado. De ficar com os olhos marejados ao ver uma tartaruga ser devolvida ao mar.

Quero gente que sofre, que chora, que arregaça as mãos e faz alguma coisa pelo próximo. Gente que pára o trânsito para salvar um bicho, gente que protesta, que adota, que acolhe, que ama.

Se você é dos que não ligam, fique longe de mim!

Se é como o padrasto de minha mulher, que foi buscar o cachorro largado, ou como minha amiga que parou o trânsito, ou mesmo como o mendigo que divide seu prato de comida com o seu melhor amigo, terá a minha admiração...

A cachorra da foto é uma pitbull, e foi esfaqueada na barriga por estar prenha.

Foi socorrida, por pessoas que querem mudar o mundo. Eu estou torcendo por ela. E VOCÊ?

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