
Quando era moleque, adorava pesquisar a vida dos insetos. Acordava cedo na casa de Petrópolis. Ia para o jardim com vidros vazios, que minha babá telava com filó e durex, lupa, palitinhos de picolé... equipamento básico para cutucar os bichos sem levar uma ou outra ferroada...
Tinha um besourinho preto esverdeado que me intrigava. Rolava uma bolinha do seu tamanho, e a impressão que eu tinha era a de que ele ia do nada para o lugar nenhum.
A dinâmica da vida deste bichos é interessante. Eles andam muitos metros (em nossa escala seriam quilometros) para encontrar um cocô. Cortam um pedaço e o rolam até sua toca, que pode estar longe, bem longe. Neste percurso, podem encontrar obstáculos insuperáveis, como uma escada... mas sempre darão um jeito de prosseguir...
O nome disso é instinto. Se trouxéssemos tal instinto para o nosso mundo, se chamaria FORÇA DE VONTADE! E eu sempre gostei de ver o besourinho fazer força, apesar de nunca tê-lo visto alcançar seu objetivo.
O fato é que o rola-bosta foi um grande exemplo!
Um dia, 30 anos depois do fim das minhas experiências como biólogo amador, estava esperando minha mãe em frente a uma loja de móveis em Itaipava e vi uma criança observando um destes besouros. O pai saltou do carro e teve a brilhante idéia de esmagar o bichinho esforçado com o pé.
Saí do carro feito um foguete e consegui evitar o pior. O cara ficou puto.
"_Num fode, mermão!!! O bicho é seu?"
Obviamente eu perdi minha paciência, mas isso não vem ao caso. O fato é que salvei o rola-bosta.
Hoje descobri que tem mais gente que admira o besourinho. Huahuahuahuahua!!!
Abraços a todos!
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