ainda o mesmo assunto

Ha alguns meses (em 1de julho de 2010) escrevi um artigo no jornal O Globo online sobre a SUIPA e muitas pessoas acharam que eu tinha razão, e outras tantas que eu não devia ter escrito nada.

Em todos os meus anos como protetor, e não foram poucos, me preocupei em agir de acordo com o que achava certo. Quando lutei pela SUIPA, quando defendia a entidade, muitas vezes recebendo ameaças de processos e até coisa pior, o fazia porque acreditava que aquelas pessoas queriam mudar o mundo, queriam que aquele espaço fosse o início de alguma coisa bonita, eficiente, com ações efetivas no sentido de melhorar a qualidade de vida dos animais abrigados...

Me afastei por causa de uma briga com a Izabel, e decidi ajudar o SOS Vida Animal enquanto pude.

Não sou uma pessoa de temperamento fácil. E nem quero ser. Detesto estar cercado por gente sem iniciativa, por pessoas medíocres. Medíocres são MÉDIOS. Não acho que dizer que alguém é medíocre seja ofensa. A palavra se torna pejorativa apenas quando dita por ignorantes. Gosto dos que arregaçam as mangas e por isso gostava da Izabel, da Cidéa, do Dr. Paulo, Adailton, Dra. Fabrícia, Dr. João, de todo mundo que conheci. Obviamente não concordava com muita coisa que via, tentava mudar, fazer diferente... Não consegui. Desisti. Vida que passa...

Quando abri o jornal e li que a taxa de mortalidade no abrigo era de 99% - informação fornecida pela entidade ao Ministério Público - e que a média de faturamento mensal era de mais de R$ 500.000,00, não pude deixar de me manifestar. Não seria eu. Escrevi o artigo e mandei para o Globo, acreditando que outras pessoas que lá estiveram, que travaram as mesmas batalhas, viveram os mesmos dias e viram as mesmas coisas também iam se manifestar. Mas não foi o que aconteceu.

Para variar, as pessoas se omitiram, porque acham que se falarem alguma coisa contra a SUIPA estarão condenando todos os animais abrigados à morte, o que é uma grande burrice. Eles já estão mortos. Uma taxa de mortalidade de 99% é a garantia de morte. Entrou, morreu. Sobram 1%. Uma pequena quantidade de animais adotados, que conseguem vencer todas as barreiras impostas pela diretoria para permitir uma adoção.

Se vocês tivessem se pronunciado, dito o que viram, talvez um dia pudessem entrar lá e ver que alguma coisa REALMENTE havia mudado.

Mas não, preferiram se calar, imaginando que aqueles animais não estão sofrendo, não vão morrer, de tristeza, de doença, dos efeitos da superpopulação.

É isso aí, sempre melhor imaginar um cachorrinho alegre, correndo por um gramado, indo de encontro a uma suposta ponte do arco-íris, do que pensar que ele morreu dilacerado por seus semelhantes, sofrendo a cada dentada, a cada pedaço de couro arrancado, a cada membro esfacelado. Continuem assim, pois assim a vida REALMENTE É BELA!!!


Luciano Boiteux
Ex-socio / ex-voluntario /ex-admirador da SUIPA

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