Se eu fosse dar um conselho para alguém - mesmo tendo vivido a vida inteira repetindo que se conselho fosse bom, seria vendido - diria: seja Pai.
Ser pai não é simplesmente fazer um filho. Fazer é bom, é gostosinho, mas criar é a coisa mais importante do mundo, a parte mais feliz, mais gratificante.
Ser pai é implorar para que os males passem para você, para que seu bebê (de 1, 5... 18 anos) não sofra, nem que seja por causa de um espirro. É se viciar em colocar as mãos em qualquer quina, para que ele não se machuque... É conversar sentado no chão, falando a linguagem dele, ainda que o papo envolva Pokémons ou o Pocoio. É aplaudir cada passo, e saber a hora de dizer não. É ensinar com prazer, a desenhar, a nadar, a evitar os tombos emocionais (sim, porque os físicos tem lá a sua importância), a fazer churrasco e a mirar e acertar.
O pai quer, normalmente, ver o filho seguindo seus passos, gostando dos esportes que você gosta, torcendo pelo seu time (isso já "deu ruim" aqui em casa, mas sempre há tempo de consertar), brincando de suas brincadeiras brutas, oferecendo as mais doces e gostosas demonstrações de amor...
Faça sorvete para seu filho. Será o melhor sorvete do mundo!
Pai não pode ser o cara que somente paga as contas, tem que acarinhar, ser o porto seguro emocional, ir às festinhas da escolha e se mostrar presente. Ter orgulho das musiquinhas cantadas, das dancinhas e das fantasias de coelho da Páscoa, de super herói.
Admiro pais que adotam - aliás, para mim, ir a um orfanato e adotar uma criança é uma das atitudes mais belas. As crianças, por mais infelizes que possam estar, rapidamente aprendem que o amor constrói.
Eu fico tão triste quando vejo um pai ausente, porque para mim não faz sentido. O que pode fazer com que o amor de um pai diminua a ponto de ele não querer ver o que deveria ser a coisa mais importante de sua vida?
Não sei. Só sei que hoje estarei, à meia noite, com meu filho no colo, dormindo ou acordado, para celebrar o amor que existe entre nós.
Não me lembro de ter passado um Natal com meu pai. Obviamente passei, mas não lembro. Mas tive uma mãe que foi pai e mãe, e hoje estou assando um tender em homenagem a ela.
E um pernil. Receita:
Para a marinada de 12 horas: suco de limão, raspas de limão, pimenta do reino escura, chimichurri hidratado, vinagre, açúcar mascavo, alho, cebola, azeite, sal refinado (pode ser marinho, rosa, o que você preferir) e água. Misture com um mixer.
Asse 1 hora no tabuleiro, a 160 graus, com a marinada sobre a carne coberta com papel alumínio. Após esse tempo, retire o alumínio, raspe a marinada e deixe dourar meia hora de cada lado. Pincele com uma mistura de Whisky (um decente, não esses de despacho) e mel (também decente) ou melado, uma vez de cada lado, espalhando bem. Após a primeira meia hora dourando, faça um corte com uma faca bem afiada para ver o ponto de cozimento, se você não tiver um termômetro. Eu não tenho, ou melhor, tenho lá no food truck e não vou abrir cadeado para pegar.
Harmoniza bem com um vinho espanhol da casta Tempranillo. Ou com uma cerveja belga Strong Golden Ale. Eu, como não sou refinado, harmonizo com Fanta Laranja.
Para ser preciosista ao extremo, vou dar uma corzinha final com maçarico.
É isso!
Feliz Natal para todos!
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